sexta-feira, 21 de abril de 2023

POWER TRIO: A sabedoria, o conhecimento e a informação.

(Reflexões sobre as diferenças e o entrelaçamento entre os três conceitos)


1. E AGORA, QUE HORAS SÃO?

Em tempos de IA, com a Cortana, Siri e agora o GPT Chat, respondendo até aos nossos instintos, precisamos entender o lugar da informação, do conhecimento e da sabedoria. De antemão declaro, não são termos sinônimos, ou equivalentes, mesmo que possa aparentar.

O panorama do nosso espaço-tempo é claro! A grande maioria das pessoas não quer saber, mesmo que elas prossigam em não saber. A ignorância e o insensato ganharam inúmeros adeptos, e mesmo sem fazer grandes campanhas, essa dupla trouxe:

Da reluta, cultura.
Da resistência, tendência.
Do trabalho, espantalho!

O pior, é que a não saber, e não querer saber, é ter aversão a sabedoria. Ponto é, que o terreno se cercou, a casa se edificou, e os habitantes forjaram um reino.

2. SABEDORIA NO ALTO!

Nesses dias difíceis, onde poucos são os sábios, aqueles que relutam consigo mesmo para melhor compreensão, de si e do mundo; os que não dependem de um sistema para tornar-se educado ou formado, mesmo que reconheçam os mesmos; se faz necessário um pedido.

"Escutem! A sabedoria está gritando: A compreensão está chamando em voz alta. A sabedoria está no alto dos morros, na beira da estrada e nas encruzilhadas dos caminhos". (Provérbios 8.1-2, NTLH)

O homem mais sábio da terra, o Rei Salomão, no antigo Israel, não formulou nenhuma teoria científica, apesar de apresentar a realidade a seus leitores; não escreveu nenhum tratado filosófico, apesar de aprendermos filosofia quando o lemos; e não pintou, compôs ou esculpiu nenhuma obra de arte (não que eu saiba), apesar de seus provérbios serem incríveis. Ainda assim, em poucas linhas fez um alerta a todos nós: "A sabedoria grita!", e as perguntas que ficam deste 'manifesto metafórico' são: Estamos escutando? Iremos tentar responder?


Ex. 1: Os antigos, da democracia grega ao existencialismo alemão, tinham a sabedoria como premissa. Muitos de nossos avós eram sábios, mesmo que ainda faltassem a escolaridade. Isto devido a sua escuta-resposta!

Interessante é que ela clama no alto. Não no começo, ou no meio da estrada, mas na beira; onde os caminhos se cruzam; em nossas decisões e escolhas.


3. CONHECIMENTO, MAIS E MENOS.

O campo de estudo que estuda os processos que envolve o conhecimento é a epistemologia. Ela é atrelada a diversas áreas, como: Filosofia, Ciências e as Artes. Apesar dela preceder diversas áreas, vem ganhando autonomia apenas agora, com a ascensão da psicologia e neurologia, nas interfaces do saber.


Conhecer não é saber, mas se sei, geralmente conheço. Na história, conhecimento desligado da sabedoria será apenas enfatizado na revolução científica. Até o renascimento e o século das luzes, o divórcio era apenas "fake News" dentre os acadêmicos e estudiosos.

Ex. 2: Posso conhecer muito bem um jogo de vídeo game, um time de futebol ou mesmo uma técnica para elaboração de um artefato. Ainda assim, não significa que tal conhecimento me leve à sabedoria, de compreender as finalidades do jogo, do time ou das técnicas. É a diferença do "Como faz?" (científico) do "Por que foi/ esta/ será feito?" (teleológico). Compreende?

Com tudo, o sábio não ignora a inteligência, mas o inteligente pode, e muitas vezes, não chegar a ser sábio, por diversas implicações contextuais. Em comum, os dois caminhos tem a labuta diária, que se encontram na esfera pública; quando não são engolidas pela informação.


4. INFORMAÇÕES, AQUI, ALI, LÁ, JÁ!

Na era da informação entende-se que o Google, site já antigo de busca, é mais rápido e objetivo que nós, para inúmeras questões. Utilizo com frequência meus dados móveis, para tais efeitos. Sou até o momento usuário como qualquer outro, buscando temas, ouvindo música, podcast; assistindo vídeos e lendo livros. Aqui, estou passivo a este universo.

Neste momento, no máximo, serei discípulo da ignorância e insensatez, mesmo que às vezes, informado. Paradigma? Não mesmo!

Aqui, o informado dificilmente cria, questiona e argumenta, de forma ativa; o tal apenas aceita, e reclama se muito pensar, se dificultar, ou se não haver resposta pronta ao problema. Este gosta mesmo é de lacrar, até mesmo, postar quando às vezes finge estudar - Nada tão longe da Vida Intelectual que Sertillanges descreve. Talvez por isso o irmão de Jesus, Tiago, afirmou:

Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo”. (Tiago 3.1, ACF)

Ex. 3: Na era da informação temos mesmo, inúmeros desinformados, que não sabem discernir a mão direita da esquerda; dos destruidores de lares pedagógicos; que violentam, com palavras e fisicamente, os ambientes construção cognitiva; e dos analfabetos funcionais, com a falta do pensamento lógico-matemático; que faz avançar o falatório, quando o conhecimento e a sabedoria se calam.


5. O LUGAR DE CADA UM.

Concluímos que, tanto um quanto outro é importante - trio. Apesar de eles não serem coexistentes, podem, e devem firmar um belo Power Trio. Se pudesse escalar essa banda, que pode tocar de uma maneira formidável, atraindo ouvintes, mentes e corações, escalaria:


A. Informação, baterista. (rítmica)
B. Conhecimento, baixista e vocal. (melodia)
C. Sabedoria, guitarrista e vocal. (harmonia)

Outro paralelo é pensar que uma educação que não abrange ou equivale a todos os tópicos, está perdida. Se me permitem usar uma ocorrência de tudo que expressei, diria:

  1. Informação é para sobreviver.

  2. Conhecimento é para viver.

  3. Sabedoria é para transcender.

Com isso, após a leitura e compreensão da mesma, não somos mais inocentes frente a uma singela introdução sobre o tema.

Ex. 4: Em um mundo tecnológico, das IAs, aqueles que permanecerão serão os difusores dos mesmos, que conseguem mais que pensar, produzir, na crítica, ciência, criativa. Entendendo o lugar de cada um.

Por: Jefferson de Melo. 

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