domingo, 28 de março de 2021

TEx 21 - Ler, para que? Eis a questão!

Paráfrase da marcante frase "Ser ou não ser, eis a questão", atribuída a Shakespeare. O nosso título procura promover uma das grandes questões para a "última geração"; pois, afinal, "ler, para que?".

Vamos articular a questão em dois movimentos, sendo o primeiro deles o "ler".

No que consiste esta ação? Poderíamos fazer uma lista dos seus benefícios aqui, mas ótimos leitores já o fizeram; entretanto, a essência do que venha "ser" o "ler" vem sendo exposta em bem menos intensidade.

Percebe que ler tem muito a ver com o ser? A ação de assumir a responsabilidade de ler algo é uma atitude inata do ser, conecta com quem você é, e com quem quer se tornar.

Por isso, listar benefícios externos, dar um bônus, ou mesmo tornar a prática por "modinha" é atitude fraca, não cunhada em nossas entranhas, encucada em nossas mentes, ou seladas em nosso coração. É nada menos que vaidade, vem e vai, como o vento. Então preciso ser, para ler; mesmo que ao ler, posso sempre revisitar o meu ser.

Obs. I. O tipo de leitura aqui, é uma leitura mais profunda, textos e livros, como os clássicos, sagrados, filosóficos e literários. Não acredito que frases de efeito em redes sociais, clichês, jargões e senso comum se enquadre no que chamo de ler aqui.

Obs. II. Mas, se a pessoa é uma iniciante à leitura, ela deve se apegar ao que gosta, em primeira instância. Nesse momento, quase tudo é válido; como revistas, quadrinhos e mangás.

O tipo de leitura supérflua guia a nossa cultura. (Olha que paradigma). Ela se baseia no pragmatismo, já que quase ninguém aguenta ler mais que três linhas hoje em dia. (Por isso, parabéns se ainda está por aqui).

O imediatismo para entender e responder, para a última geração, os tais "milennials", coloca em xeque o "para que ler?". Neste segundo movimento há uma negativa, pois basta resumir, sintetizar, ou assistir um vídeo e pronto! Os áudios-livros e podcasts também fazem com que as pessoas não procurem as fontes, os originais, ouvindo sempre recortes de fragmentos comentados.

Nesse sentido, não sei como defenderia a honra dos livros. Porém, será que essa arte precisa de justificativa? Todos precisam se encantar pelo esforço exterior, ou temos que voltar ao interior, o ser? Eis a questão!

Por: Jefferson de Melo.

 

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