segunda-feira, 29 de junho de 2020

T06 20 – Paz em meio ao descanso.

Trabalhamos algumas semanas para a publicação deste texto mensal, aliás foi um dos poucos que a produção foi feita de modo gradual, podendo até dizer de forma organizada. Porém, neste momento algo foi inserido na minha mente e coração, e não posso ir contra ambos, seria um crime a minha consciência e ensejo, em troca de um conteúdo secundário. Então, como tenho zelo pelos momentos atuais, é com urgência que trarei essa temática, a qual estou completamente emergido, e melhor, vivendo.

Abandonei um pouco os seriados, a televisão e os vídeos da internet para tratar algo que pode mudar o nosso posicionamento por intermédio da reflexão, já que muitas das coisas que vivemos é consequência de escolhas, mesmo para um “predestinado”. Logo, se isso é verdade, o como respondemos às questões na vida revelará de fato quem somos, longe de qualquer estereótipo aparente.

Tenho visto ao redor tanto desespero, que acabou sendo influenciado pelo meio, apesar de questionar Rousseau e o seu entendimento antropológico sobre o homem.

“O homem é bom, mas a sociedade o corrompe”.

O como lemos a frase acima diz muito sobre nosso entendimento prático a respeito; porém nosso foco é a paz, apenas possível no desespero; exposta em meio ao descanso. Sim, em nós inicialmente, e depois no outro, como uma reação em cadeia. Ouvimos Kierkegaard a respeito:

“[...] o desespero é a doença que, pode dizer-se, o pior mal é não ter sofrido ... e é uma divina felicidade suportá-la, se bem que seja a mais nociva de todas, quando não queremos curar-nos dela”.

Esse tratamento de não negação, mas de carregar o desespero junto a vida é muito contrário ao pensar de muitos, que vivem dizendo que não há limites ao ser humano, expelindo toda a “negatividade”, esquecendo a todo instante o que envolve a realidade. Voltando ao ponto, estamos sim numa prova de fogo, e negá-la é uma alternativa fraca. 

Por isso minha voz se alinha com o embate, uma luta, onde a arma é a fé, acrescida de virtude, conhecimento, domínio próprio, paciência, piedade, afeto fraternal e amor; longe de qualquer unilateralismo moderno. Somente assim podemos encarar a nossa angústia, mesmo que ela não comece em nós, mas no meio; sendo duradoura em um front difícil.

Para um discípulo de Jesus o sofrimento é condição necessária para a glória no porvir; e um não antecede o outro. Este sofrer não é simplesmente sobre nossas mágoas, mas sobre a pessoa de Cristo, já que nós estamos nos tornando exatamente como o homem da cruz, o imitando, e assim, sendo original. Observando que até a morte não é o fim, tendo uma nova visão de beleza e verdade revelada. 

O desespero humano é reinterpretado pela graça de Deus, está já concedida ao discípulo. A conduta mansa e tranquila acarreta vitória, pois nasce da perda. Estes são princípios de sabedoria para o ser desesperado, já que nós podemos ter lampejos de calmaria e ainda assim não termos o coração e a mente descansados. São coisas diferentes.

Descansar não é preguiça, é confiar, por isso é ato sábio. O agito seria o inverso. 

Nossa sugestão é: Não fale toda hora, dorme cedo e não seja o pivô de contendas; já que muitos desses hábitos surgem quando sentamos e calculamos os custos de nossos empreendimentos em antecedência; os de curto ou longo prazo; logo gerando paz, em meio ao descanso.


Por: Jefferson de Melo.


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