sábado, 23 de maio de 2020

T05 20 – O jogo: Economia vs. Vida.

Dedico o texto a Valéria (in memoriam), a quem não tive tempo de me desculpar e despedir. 

Estes últimos dias estão sendo bem tensos. Não há como ignorar o que estamos passando, e viver a chamada a normalidade; já que ela nem existe mais. Gastar tempo procurando compreender em um ponto uma sociedade líquida, como diz Bauman, ao nosso modo de ver chega a ser questionável, pois quando você a entende, já mudou. Estamos dizendo que os pontos precisam estar claros, a luz de algo maior e sólido; para que se possa dizer algo consciente, e quem sabe constante, fora de loops infinitos que muito fala, rodeiam e no final das contas não dizem, ou constroem nada.

Diante disso iremos apresentar a grande partida; está, que muitos de nós gostaríamos de acompanhar lance a lance na tarde de domingo, ao vivo. Então, por que não? Vamos lá! As imagens se passaram diante de você, se assim permitir; esperamos que participe.

O jogo será entre os sempre questionáveis, mas ainda presentes “Economia” e “Vida”. Pois bem, é um clássico mundial. Envolve tudo e todos; e possuem enorme torcida. Como estamos aqui nesse pré-jogo, e os times aquecem, vamos ao histórico.

Notamos que o campeonato se passa com diversos outros grandes jogos; belos lances, artilheiros, mas este é um dos mais aguardados. O fator preponderante foi Pandêmico. Poucos o conheciam, mas ele já se apresentou diversas vezes, dando entrevistas e mudando sistemas estabelecidos pelos homens, revelando o que deve ser prioridade. Mas, como muitos esquecem, lembramos a vocês a “peste negra” e a “gripe espanhola”; estas informadas por muitos, mas pouco conhecidas em seus desdobramentos sociais.

A torcida grita “riqueza, nações de riquezas ... riqueza das nações”. Ela está em êxtase, parece um canto antigo, os mais jovens puxam o enredo. Parece bonito, vamos ouvir ... A arquibancada balança; econômicos se orgulham por serem a ciência da escolha, e por sempre caminham do lado da “razão”. A organizada ama a autonomia e a liberdade; porém sempre esquece de seus pontos fracos; a sua defesa.

Nosso repórter irá conversar com o técnico do time da Economia:

- Boa tarde, como o time foi preparado, senhor?

- Boa tarde a todos. Estamos convictos da vitória!

- Como está o emocional dos jogadores?

- Nossos estrangeiros já estão se recuperando, nascemos para a prosperidade.

Muito obrigado. Confiante o técnico, parece que nada o abala. As câmeras apontam para Lorde Polis; ele saúda a todos, e não parece estar torcendo por ninguém, mas sorri. Vamos ao árbitro do jogo, o servidor de pessoas, Legislativo. A torcida xinga bastante.

Parece que está em casa, até entrar em campo a vida. Alguns já jogaram na Economia, e sabem da força adversária. Mas, fiquemos com a declaração de Flor. Bem, sucinta.

A grande tensão entre os times começam nas relações, o Mestre Educare explica: “Quem está em detrimento a quem? Ninguém? A economia só faz sentido se existir vida, mas a vida é a vida, independente da economia. Claro, que menos digna, mas ainda uma vida. Se tiver que escolher, escolha. Aqui uma sugestão, nunca uma subversão”.

Maravilhoso, sempre sábio em suas palavras o Mestre.

Vamos ao jogo? Juiz pega o apito e, opa ... invasão de campo, desnecessário. Protesto entra em campo, mas não parece o momento dele aparecer, correto? Só deixa o clima mais tenso. Ignorância ganha espaço, e começa a gritar com o adversário pelo tempo de paralisação. Paciência está no banco de reservas, não entendendo o que acontece.

Parece que a senhora Ordem deve intervir, pois por uma bobagem a partida do ano, esperada por milhões, tem indícios de falta de segurança. O técnico do time da economia fica indignado! Como um maestro rege a torcida. Ela vaia também, e ninguém mais se entende; o time da vida fica acuado.

Mídia está no campo. Mídia, me diz o que está acontecendo aí?

- Não dá para ouvir, mas parece que após a invasão, e a demora para a senhora Ordem chegar, todos se exaltaram aqui. Dúvida parece anunciar nos altos falantes do estádio, afirmando o cancelamento da partida por questões de segurança.

Que situação está, diante dos nossos olhos; Pandêmico foi totalmente ignorado. Nunca vi uma coisa dessas. E o grito volta a ser cantado: “riqueza, nações de riquezas ... riqueza das nações”.

VEJA, ALGUÉM DO TIME DA VIDA ESTÁ PASSANDO MAL.

A situação fez Tensão e Emoção pedirem para os torcedores se acalmarem. Lorde Polis já foi embora, e segue a situação. Vem chegando a senhora Ordem com o capitão Bravo. (Rapidamente isolam o perímetro). Enquanto isso parece que há algumas pessoas além do jogador do time da Vida passando mal; são torcedores de ambos os lados. Economia já se retirou de campo, já o time da Vida insiste em ficar. Mas, Legislativo insiste que não podem, há efeitos colaterais.

Jogadores do time da vida, que já jogaram no time adversário voltam ao campo com amigos do time economia, e abraçados ficam até a beira do gramado. Rogam por Fé. Porém, quem aparece é Infectus e a doutora Dores. Todos simplesmente paralisam diante da realidade, não acreditando.

Que momento amigo, milhões acompanhando, e o que era para ser uma partida, virou cenário para calafrios, sem muito a entender, e só a submeter. A Vida em minutos perdeu, e não para a Economia em “um jogo”, o desequilíbrio primordial foi a chegada de Mortin. O silêncio é a única resposta para esse momento, já que muitos ali feridos, caíram. Mas isso são apenas alguns números? Vimos o técnico do time Econômico ouvindo o Mestre Educare, vamos esperar sua interpretação prática diante disso.

Mortin: Não existiu duelo, oposição e conclusão; só caos, perda e dor; a tudo e a todos. 


 

Por: Jefferson de Melo.


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