terça-feira, 15 de outubro de 2019

TEx 2019: Hey Teacher!

A vocês que foram atraídos a escolherem se dedicar pelo outro, os verdadeiros, que nasceram e/ ou foram lapidados ao longo da jornada a seguir a incrível vocação de ensinar, a lutar pela educação, deixo registrado os meus eternos agradecimentos, pois: 

"Sou fruto daqueles que semearam aqui", logo, de cada um de vocês. 

 

A data de hoje é simbólica, como qualquer outra comemorativa, mas isso não tira a sua densidade, na verdade ela valoriza os dias comuns; sim, aqueles que antecedem as grandes datas, pois o professor é a pessoa dos bastidores, ele pouco se evidencia, sabe do seu papel nobre e silencioso, não precisando de purpurina para ser um otimista desbravado, entretanto, odeia o pessimismo engessado. Ele é em tudo um realista.

 

Desde a infância, somos ensinados a ter contato com a realidade, independentemente do método. Os passos que seguem a estrutura basicamente são estes abaixo (não necessariamente nesta ordem ou forma); com a alfabetização sendo apenas a origem para o que vem a seguir.

 

1. Palavras. 

2. Significado.

3. Linguagem.

4. Realidade.  

 

Neste momento, os educadores, num misto de experiências curriculares e crenças pessoais são amados (por alunos, e pais). Claro que os motivos são diversos, porém, a apresentação inicial sobre a busca do conhecimento se sobressai; esses incríveis profissionais colocam água na boca dos alunos, através do ensino. (E não é utopia, uma criança adora aprender).

 

Rubem Alves no livro "A Alegria de Ensinar" trata sobre como os educadores devem compartilhar com alegria aquilo que dá alegria a si próprio, prazer seria um bom termo, pois, sem isso, questiono se este é um professor, mesmo com certificação e assumindo classes por aí. Isto, por mais importante que seja, não é suficiente; pois a essência (vocação) vem por vias não tangíveis. 

 

Porém, crescemos, e fundamentalmente somos apresentados a diversos segmentos (as disciplinas escolares). A maioria de nós não sabe de onde elas vêm, e para onde elas vão, alguns professores estão lá para nos nortear, mas a maioria não. Estes que nos dão um rumo cumprem seu papel, pois auxilia o aluno com um pouco de significado; entretanto, o conjunto em opera estremece quando se depara com isso, pois o mundo não é tão colorido como no jardim de infância e pré-escola. Ele possui historicidade, gramática, literatura, leis matemáticas, regras naturais, artes, etc. 

 

E tudo isso precisa de dedicação em estudo (labuta). Por fatores de imaturidade do aluno adolescente, além da entrega de muitos professores, é que temos o indício da grande defasagem escolar (um dos ambientes de aprendizagem). 

 

O aluno/ professor que vencem juntos está etapa correm lado a lado o chamado ensino médio, já os demais empurram com a barriga, pois o prazer já está perdido nessa relação. Só se cumpre tabela com números (precisando retornar urgentemente!). Às vezes é necessário parar com o conteúdo; veja, ele não é mais importante que o aluno (Quem é protagonista?). Mas entendo os argumentos, sei que deve ser cirúrgico demais dar exatamente o que o aluno precisa, e não o que simplesmente o que querem. 

 

Se nestes altos e baixos melhorarmos, equilibrarmos, ainda haverá um pouco de esperança. Começa com as “formigas”, e deve haver muita fé (sem dúvidas), mas também deve, contudo, haver compromissos com os bastidores.

 

O trabalho do professor começa sozinho, com livros, conferindo, pesquisando, se esforçando para trazer o antigo com o vestuário de novo. Com seu esboço pronto, seja de conteúdo matemático, musical ou bíblico (Cada um no seu lugar) ele sempre traz a reflexão (antes e depois) sobre o que irá ensinar, pois só ensina se alguém aprende, e alguém só aprende se alguém ensina. (Até os 'autos de data' devem ser humildes em entender que estão sob os ombros de gigantes). Por fim, pensa consigo se atingiu os objetivos, e troca ideias de como pode melhorar continuamente, sempre se reciclando. 

 

No ensino chamado superior, contínuo, indagamos as aulas, pois achamos possível que elas deveriam em boa parte serem melhores. Um motivo é que não a entendemos, e escolhemos estar ali (o curso); o outro é que já somos adultos, e se submeter em obediência ao mestre (em maioria doutores) é uma sensação estranha, ainda mais se você já trabalhou na mesma área. Aqui somos grandes questionadores à procura de um orientador que nos apoie num tema relevante para nós e os nossos dias. 

 

Os professores sentaram tanto para aprender nesta vida (creio eu) que quando levantam para ensinar temem e tremem por saberem do peso que é expor um ramo da ciência (seja qual for). Imagine aqueles que explicam o texto sagrado, palavras que nem são deles, mais de um Deus que quer se revelar ao ser humano. (Tenho medo daqueles que ensinam sem compromisso, os negligentes).

 

É uma baita responsabilidade, que me fez resolver sentar e aprender também. Não era a ideia original, mas na práxis de ajudar alguém e ver o poder disso fez me redirecionar. Todo meu estilo é parecido com alguém não comunicativo, tímido, não a fim de pegar alguém pela mão e ajudar, partilhar. Mas, e daí? Em algum momento pensei. 

 

Então mudei. Com a mente renovada, 'repensei' em como fazer um curso de licenciatura (que já estava matriculado a tempo), e não ficar preso só à área explorada (pois gosto de vários assuntos). Logo, na experiência de dar aula para pessoas com três vezes a minha idade e também nos que tem a metade, uma baita variedade, me fez ver, crescer, direcionar e se encontrar. Um caminho que começou com muito carinho a ser construído, mesmo quando ainda não tinha entendido. 

 

Por fim, se não houvesse os que ensinam? 

Se ninguém compartilhasse algo relevante? 

Se ninguém se tornasse professor, e mudasse?

 

Não sei mesmo o que seria, penso que “nada” seria, nem mesmo este texto, ou a autonomia, somente o excesso de respostas, e muitas delas desligadas das grandes perguntas.




Por: Jefferson de Melo


Nenhum comentário:

Postar um comentário