quarta-feira, 11 de setembro de 2019

T07 2019: Liberdade vs. Libertinagem: O podemos em Cristo! Será que todas as coisas?

Sugestão: Nayara Silva.

Com licença, obrigado por me deixar entrar. Quão bonito e ornamentado é este lugar. Meus parabéns. Foi você mesmo que reformou e decorou? Uau, é maravilhosa a sua gaiola. Uma das coisas mais legais são as cortinas nas janelas, que junto ao conforto das poltronas dá uma sensação de segurança, poderíamos passar bastante tempo por aqui. Aliás, vamos fazer isso; mesmo que disserem que estamos presos e enjaulados, os refuto, pois, ser submisso é enfrentar a realidade lá fora; seremos corajosos aqui dentro.

Com valentia formada não me recordo de como era voar, e o que era um paraíso a qual estava vivendo, num dia após noite se tornou um verdadeiro inferno; e logo começo a ver as grades e a pequenez desse terrível lugar. Imatura, em minha mente já vem os pensamentos dos mais conturbados. Preciso ser livre outra vez. Será que eu já fui livre? Meu estado atual não é dos melhores, vou me lançar ou ficar, é confiança e medo.


Oh liberdade, um conceito que só vem quando há presos, e muitas vezes devido às correntes em nós mesmos. O livro do Êxodo relata a linda história de libertação do povo hebreu das amarras do jugo egípcio. O fato não só ilustra esta realidade, mas traz à tona que ser livre gera a priori responsabilidade, e não necessariamente felicidade, ainda mais se for supérflua como nos dias atuais. Uma angústia começa a se estabelecer, pois desde o dia que aceitei o bem-estar próprio entreguei a minha liberdade para alguém. Ando, corro e salto; mas nasci para voar. A fim de reconquistar os meus grandes voos, mesmo num espaço curto, casca de noz, preciso lembrar:

“A liberdade inclui sofrimento e dor”. (Monja Coen)


É uma escolha muito dura, será que estou consciente em fazê-la? Pois ela não me deixa imune a praticar o que de fato quero e entendo, sem me importar com os meus iguais; esta quebra os limites e regras de boa parte dos homens, é a ruptura da lei natural, que quando transgredida não é mais chamada de liberdade, mas sim de libertinagem. Como não cair nessa tentação? Que faz dos meus protestos por voos livres uma prisão para o mesmo? Devo reconhecer que sou limitado, nasci num habitat próprio, e existem condições extras que me deixam em dificuldade para nadar como um peixe por exemplo, porém, entre as condições em humildade não devo me limitar, mas sê valente!

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade.

A liberdade não é um fim, mas uma consequência”. (Leon Tolstói)


Confesso que o caminho, a verdade e a vida só pude encontrar em Cristo, e nEle somos mais, por Ele nos movemos, a Ele a glória, majestade e o louvor. Em Jesus a totalidade do que é ser liberto, algo não atingido pelos sistemas religiosos por meio dos séculos, mas apenas pela suficiente graça do filho de Deus, e nada mais do que isso.


Nos tempos do Apóstolo Paulo uma pergunta que parece entrar em contradição na atualidade se permeia, já que sacrifícios e circuncisão fazia parte do contexto do povo a gerações, era a tradição em nome do Senhor, e parecia estar tudo correto. Porém:

“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão”. (Gálatas 5:1)


Estes deveriam ser cada um de nós, que aceitamos as condições de sermos discípulos de Jesus, fundamentados na liberdade do próprio, sendo submissos ao seu senhorio. Afirmo, podemos em Cristo, e mesmo que parecendo muito, sim, todas as coisas.

A liberdade me chamou de canto e disse assim:                          

"Não deixe nada te dizer quem você é ...você é o que vê em mim" (Priscila Alcântara)


Ao olharmos para o sacrifício de Jesus demoramos para entender o peso de tal ato, e o como Ele nos trouxe para a vida, está, a do aqui e agora, abundante, já com a identidade de cidadão do Reino. Aqui a completa liberdade em Cristo por meio do seu evangelho.


Mas os embaraços começam quando a desconfiança da suficiência do salvador é questionada. Quando achamos que devemos fazer algumas coisas para ser salvo, solicitando barganhas e pagando indulgências modernas em troca da segurança celeste. Os medos geram as grandes listas, baseadas nas regras humanas, e não na Lei de Deus.


Confiar na justiça que excede a dos homens não é tarefa fácil, pois no medo de se utilizar a liberdade para o pecado e os anseios da carne, grande parte dos grupos religiosos ao longo da história fizeram abusos de controle humano. Estes são os dois extremos em que uma pessoa que recebe a liberdade através de Jesus pode se encontrar. Seja a carnalidade, vivida em libertinagem, seja no controle de pessoas, a excluindo da liberdade em Jesus; ambos estão pecando diante do Senhor; os dois casos para o alemão Bonhoeffer é fazer da maravilhosa graça uma graça barata, ou algo irrelevante e inútil.

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor”. (Gálatas 5:13)


Sempre haverá o risco, sempre houve na verdade, dos filhos estarem em constante rebelião com o Pai, pois na ação de quererem ser autônomos, confundem a total liberdade, em receio da libertinagem. Mas, Deus sempre esteve em busca do homem, em todo tempo, nos chamando de libertos para viver a liberdade; e como isso nós tem assustado, que ao invés de gerar o favor de servir uns aos outros em amor, nos trouxe o desespero de correr, e não para a caverna escura e fria, mas sim para as nossas enfeitadas gaiolas; mesmo quando o maior libertador da humanidade rompeu com tudo na cruz. Ainda assim, há uma audácia nossa de questionar: Para que isso? Estamos bem!




... posso até achar que estou,
Mas, nessa linha tênue prefiro arriscar, me lançar, se jogar;
E, através dos frutos recordar, das minhas atitudes mais sábias,
A de ainda confiar e acreditar.

[Pseudônimo do Pássaro]

 Por: Jefferson de Melo

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