quarta-feira, 11 de setembro de 2019

T02 2019: Caráter em Caracteres.


Confesso! O roteiro era outro. Depois de um momento quase sacro para um brasileiro comum, ver o futebol, iria continuar o raciocínio do eu contraditório, com linhas sobre responsabilidade. Porém sem pseudo e pretexto fui convocado a humildemente explorar sobre o caráter.


O cerne para um texto mais dialogado com o leitor passa por algumas fundamentações. Para forjar o nosso caráter temos um filtro originário, que gera possibilidades. Não conseguimos pensar em todas as implicações por nós mesmos. Sendo assim, é necessário observar, de maneira pessoal, ideal, filosófica, literária ou religiosa, no mínimo. Tudo bem? Análises que constroem uma formulação dentro do ‘eu’, pois, imagine as condições climáticas, onde a chuva vem a qualquer momento e de maneira inesperada; é nesse momento que devo ter em mim algumas convicções; pois, veja, o caráter é algo forjado em labuta, e não apenas nos dias ensolarados e em sorrisos. Por isso as circunstâncias não dizem nada sobre quem és.


Bom é entender que acima da superfície, o exterior, não revela toda a sua essência. Por isso, a nossa preocupação deve ser sempre com o que acontece dentro, abaixo, e bem lá no interior. Logo, definimos caráter basicamente como um conjunto de características (princípios) que geram ações e reações no modo prático da vivência, como uma totalidade. Exemplo: Se não sou uma pessoa gentil, a expressão gerar gentileza às pessoas está no mínimo em meu subconsciente, sei do que se trata e é um bom início. Uma maneira de evoluir, se houver disposição em nós, é começar com aqueles que nós amamos, eles merecem, não é mesmo? Ao menos um esforço, e assim pagarmos o bem com bem (na mesma moeda). Gentileza ao gentil.


Agora, claro que esta busca justa de equidade, pelo menos no tratamento social, vem entrelaçada a uma mente que entende que o ser humano é pelo menos importante. Assim vem a máxima: “Irei tratar alguém como gostaria de ser tratado”. Digamos que os grandes mestres da ética e moralistas discorreram sobre essas e outras grandes temáticas da formação do ser, e do caráter, ficando claro como é essencial ao menos considerar esse fator, é que com uma forte influência histórico-cultural ao longo dos séculos tivemos um posicionamento de pessoas tanto para um lado quanto para o outro, a fim de deixar o seu caráter abalável, para o deles estivessem inabaláveis, ao menos no discurso. Os líderes de estado "nos tempos" que o digam, seus nomes e ideais eram maiores que qualquer coisa. Suas sequelas ficaram aqui.

 

Mas saltamos demais, de não ser gentil a uns tiranos maquiavélicos. E o ponto de equilíbrio, onde fica? Já que mesmo sendo uma pessoa educada e de personalidade forte, posso ainda com grande potencial entrar no hall daqueles que exterminam ouvindo a obra de Chopin


Como é possível? O caráter ideal é buscado por todos nós, mas quando não o encontramos em nenhum lugar, e em ninguém, criamos nossa própria definição, com um pouco de filosofia acadêmica ou de botequim, mas ainda não tendo ideia do que estamos falando, pois, as palavras não se sustentam por si, e na realidade, só conseguimos ver vestígios dessa possibilidade. Então, hoje, o mundo é de pessoas sem caráter, generalizaria o simplista; pode ser de caráter multiverso, exclamaram os liberais; ou citaria o tradicional, o caráter é algo recíproco. Todas estas possuem seu lugar e importância, mas como num cálculo, a verdade só pode vir pela demonstração e verificação. Nem todos os caminhos levam a Roma; solução?


Quem pode me levar, então? René Descartes observou bem a sua insuficiência, e imperfeição. Então postulou: "Alguém deve ser suficiente e perfeito". A razão deu vazão ao empírico, pois há um referencial, uma voz, um modelo, o exemplo, e não manuais. A existência não é aleatória, e a regra de ouro excede as ordens humanas. Aqui, temos vestígios do Caráter de Deus, expresso no(s) Filho(s). 



Por: Jefferson de Melo


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