domingo, 6 de novembro de 2022

PROPOSIÇÕES PARA UMA EBD.


(Carta aberta aos envolvidos com o ministério de educação em sua igreja)


“Será que deixamos de perceber que, quando tentávamos entretê-los, 

nossos jovens esperavam que os formassemos?” (JAMES K.A. SMITH)


É com muito temor e tremor que viemos por meio desta propor algumas sugestões de melhoria a Escola Bíblica Dominical (EBD). Lembro a vocês, que escola não é apenas um espaço físico onde acontece as aulas; escola é a comunidade de alunos, professores e oficiais que uniformemente procuram estar envolvidos na dinâmica ensino-aprendizagem; já que ninguém aprende se não há ensino, porém, ninguém ensina se ninguém aprende. Esse fator é importante, pois como saber se alguém está crescendo em graça e conhecimento? 


Apesar de só Deus conhecer e sondar os corações e o intelecto, há evidências, pois se conhece a árvore pelos seus frutos. Fato é, que para um entendimento objetivo sobre isso é imprescindível uma avaliação. Não necessariamente no modelo de “prova”, mas por vias alternativas; pois perguntas chaves, respondidas pelos estudantes, e não a repetição de comentários, são tão necessárias quanto a formação virtuosa. Assim, indico entregas de devocionais, para que se observe a clareza que o aluno está obtendo do texto bíblico (a lógica); e também a participação e apresentação de temas sugestivos, desenvolvendo o seu caráter argumentativo (a retórica). A “aula expositiva" deve ser dialogal, envolvente. Ela só não é uma pregação ou um sermão, e seus participantes não devem ser passivos; já que esta não é a postura do estudante bíblico! 


Esta avaliação citada acima é cognitiva em primeiro momento, porém, segundo Arrais: "O entendimento de um texto bíblico não acontece quando lemos o texto bíblico, acontece quando o vivemos na prática". Está conectado com a expressão bíblica: "Vá e faça o mesmo". Queremos dizer que o educador bíblico, nunca deve afastar a mente do coração, mas integrar. Servimos a Deus com tudo que nós somos, e não com um cérebro no palito, ou com um coração desregrado loucamente. Logo, no segundo momento é preciso verificar as situações aplicáveis para o saber adquirido pela oração, leitura e interpretação do texto bíblico, para que de fato se "cresça na graça e no conhecimento" na vida cotidiana, corriqueira, ou melhor, ordinária. 


Penso que os tópicos da EBD podem ser substituídos também, pois não é preciso seguir um trimestre às cegas, já que alguns assuntos podem ser dados juntos ou contraídos, desde que haja acordo entre a comunidade. Desta maneira se abre espaço para que bons livros também possam ser lidos e discutidos em sala. Mas para isso, o professor bíblico deve estar apto ao ensino, como um obreiro aprovado e vocacionado por Deus. Educação é algo sério, educação Cristã então (...)


Perceba que a Bíblia tem primazia aqui, e isso é óbvio, pois a escola é bíblica até no nome. Além das ferramentas didático-pedagógicas para melhoria dos nossos cultos dominicais da manhã, devemos urgentemente pensar nos temas e materiais (currículo) a serem trabalhados, para alcançarmos toda a nossa comunidade de fé. Digo e repito: As revistas utilizadas não são suficientes, elas não dão subsídios para o todo necessário, pois não suprem e nem aprofundam. 


Nesse sentido, o professor não deve só ler seus comentários, mas se revestir de outras referências. Tudo isso só depois de ler e entender o texto bíblico, já que a escola é "bíblica", e não de "exposição de comentários". A bíblia vem antes, ela é fonte pré-teórica para nós, logo, isso implica em não mediadores ao contato com o texto bíblico. Não negamos a utilização da revista, mas damos primazia à Palavra de Deus. Também, valorizamos a utilização de outros recursos de apoio para aprofundar algum saber, adjunto a habilidades e competências didático-pedagógicas. 


Se não repensarmos o como as nossas crianças, adolescentes e jovens, estão sendo alimentadas, teremos grandes problemas. Mudar não é retroceder, e nem se iludir. Na verdade, é não se conformar, ter a mente transformada, e simplesmente não se envergonhar do evangelho. 


"Que o Senhor nos ajude nessa missão, e que possamos aprender com Ele, para ensinar o nosso semelhante; com tudo que nos foi dado. Amém"


Por: Jefferson de Melo.