sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

T02 21 - RÁPIDO NO QUE NÃO IMPORTA, E LENTO NO QUE INTERESSA! (COMPLETO)

Toda vez que se perdemos no caminho, é preciso retornar aos pontos de bifurcação; das grandes dúvidas, das múltiplas opiniões. Nesse caminho longo, rebobinamos a fita, para entender de modo dinâmico o como o subjetivo vem substituindo o objetivo.

Para esse retorno, precisamos utilizar a ideia de "causa-efeito", e assumir que existem questões de ordem primeira, que antecipam diversas outras. São Tomás de Aquino utilizou este conceito para levantar perguntas de ordem existencial, tanto no que tange o universo, quanto os seres humanos. Se somos efeito, qual é a causa?


Pois bem, vamos observar em campos ramificados a formulação dos temas de ordem primeira. Como, na teologia; que segundo Kevin Vonhoozer tem a primazia em Deus, na Bíblia e na Igreja. Na filosofia; a primazia vem ao menos pela ontologia, e epistemologia; o como conhecemos. (Ultimamente tenho pensado nas primeiras questões da matemática; em breve refletiremos frente a elas, aguardem!) 


Mesmo com os exemplos acima, tocaremos no âmago antagonista do subjetivo/ objetivo; que procede do humano, que vive para responder: "Quem sou eu?"

Tentando responder por nós mesmos utilizamos ideias materialistas e pragmáticas; se tornando um idólatra, dando um aspecto da realidade uma ênfase maior do que ela merece. 


Isso quando não dizemos que somos magros, morenos e baixos. (Externa) ou organizado, interessado e dedicado. (Interna). Estas características podem até ser verdade em alguma medida, mas são ainda de ordem subjetiva.


Não conseguimos definir quem somos por nós mesmos, individualmente; e isso é algo objetivo. O ser humano precisa ao menos de um outro ser humano para dizer algo de si. 


Pela lógica, como sei que A é A? Se tiver um B, continuarei ainda a não saber quem é A, mas já saberei que A não é B. Só sabemos algo ao nosso respeito devido a referências e parâmetros, já que não somos ponto de partida da história; bastando contemplar a dimensão do espaço se tiver dúvida nisso. 


Agora, considerando a Bíblia no argumento, sobre "Quem nós somos?" enriquecemos muito mais a resposta para a questão de ordem primária, de identidade, pois já no texto de Gênesis é declarado que somos a imagem e semelhança de Deus.


Mas, ainda antes, sabemos quem é este Deus? Ali em Gênesis a palavra é Elohim, mais generalizada, porém no livro de Êxodo há um termo especial para Deus, Yahweh.


E daí? Antes de pensarmos em descrevermos Deus, Ele já toma partida e mesmo diz ao seu servo Moisés sobre si: EU SOU, O EU SOU. Sim, Ele é o único que pode se auto definir; e somos a sua imagem e semelhança. 


Isso se afirma em Cristo, no seu batismo. Deus Pai diz: Você é meu filho amado, a qual tenho prazer. Sendo assim, como filhos do mesmo Pai, somos também amados. Atente-se, não somos "deuses", somos o que Deus declarou na Criação, e depois em Cristo, dentro dos termos bíblicos. 


No mundo de autonomia desenfreada, o ser bíblico é sempre submisso ao seu Senhor.


Longe deste objetivo, vem os subjetivismos. Como o valor nas emoções; negando a razão. Fazendo das "múltiplas" inteligências apontamento para intelectualidade nenhuma. Ou valoração da racionalidade, de um cientificismo sem limites, negando os anseios do coração, se tornando algo muito problemático.


Ainda nesse desequilíbrio, veja exemplos simples e práticos, do que de fato não importa em primeira instância:


I. Dirigir um automóvel de forma rápida, frente a violar os limites estabelecidos.

II. Empinar uma moto ou bicicleta, colocando a integridade física, sua e a dos que o cercam.

III. Ter um namoro precoce ou incoerente para "provar" o quão homem e mulher são os mesmos.


Discordar ou não dos pontos citados não falsifica as questões de ordem primária. "Quem eu sou?" é a questão primeira que interessa! De modo objetivo é a pergunta, espero que você não seja subjetivo em sua resposta. 


Por: Jefferson de Melo.