sexta-feira, 31 de julho de 2020

T07 20 - O mal que há em mim veio à tona.

Pensei que o velho homem tinha morrido nas águas do batismo, mas descobri que o infeliz sabia nadar. Agora tenho que matá-lo todos os dias. (Martinho Lutero)

Uma década depois de minha declaração, em forma de gesto público, tive uma das piores sensações, que a algum tempo não percebia; a de que o mal ainda existe, e mais, ele nos cerca, encurrala e de alguma maneira pode em nos manifestar.

Deixo claro, isto não é possessão demoníaca, pois nossos piores momentos não geram um grupo de órfãos diante do cordeiro de Deus. E como isso nos deveria constranger. Por esses dias me voltei contra as pessoas que mais me amam aqui nesse mundo; e gostaria de compartilhar; já que o motivo central sempre é o algo irrelevante no caso. O nosso emocional e estado de espírito para chegar em tal ponto já se desligou do corpo e do intelecto, porém, ainda nada disso é motivo para atos ferozes como os que obtive.

Quando vocês ficarem irados, não pequem. (Efésios 4:26a)

Penso constantemente em me justificar quando extravaso desse modo, e com certeza isso se conecta a natureza humana, e sua inclinação para o que se chama pecado imputado. Sim, não preciso de motivos para ser maldoso, desequilibrado e de uma vez cometer os piores erros, defendendo outros; muitas vezes ofendendo o próprio Deus, já que Ele se reflete no nosso semelhante; e se ofendemos a criatura, em recorrência ofendo o criador. 

Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...]” (Gênesis 1.26a)

Além de sermos um pecador de plantão e em potencial, devido à queda em adão; nós reafirmamos também pelas próprias ações, e daí a nossa necessidade por alguém que possa nos redimir. Nós mesmos não conseguimos, confesso. Mesmo que haja o politicamente correto das “desculpas” sem “perdão”; isto não será fruto de redenção.

Não há quem faça o bem, não há um sequer. (Romanos 3.12b)

O pior erro é ignorar essa verdade, a de que não somos bons, e se praticamos algo digno, é Ele em nós. Levando a pergunta teológica; se tivéssemos escolha, viveríamos ela? Não temos ideia o quanto corremos de Deus, basta observar o tempo de qualidade em leitura bíblica e oração, meios de o conhecer, e que evitamos, fugindo, mesmo Ele permanecendo, como Pai. Um erro já é a maior das ofensas, pois Ele é totalmente santo; mas ele continua lá. Ficamos pensando nos títulos, e Ele só quer de volta os seus filhos, com corações arrependidos; foi por cada um deles, por nós, o sacrifício de Jesus Cristo. 

O mal que cometi foi contra os que digo que amo, imagine só, o que seria capaz aos que não conheço. A nossa língua tem mesmo um grande poder, de edificar e destruir. Agora é hora de retratar e reparar, olhando apenas para o exemplo perfeito, pois desviar esse olhar é que traz esses vestígios ignorados, pouco cuidado, no coração, lá no interior, e que explodem como uma bomba relógio. O pecado nunca foi apenas “ato isolado”, ele é evidência de um processo que começa lá no interior; mas que o espírito santo de Deus ainda quer curar. Estou neste processo, até que em mim outra coisa venha à tona:

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; (Mateus 5.44)


Por: Jefferson de Melo.